E Évora apareceu enfim, exposta na colina, toda armada de luzes. Desci a rampa, atravessei as duas linhas férreas, mas, quando cheguei ao bairro novo, Sofia pediu que me desviasse para a direita, e entrei pela estrada de circunvalação:
- Gostava de ir à tua casa.
À esquerda, panos de velhos muros, à direita o campo deserto. Passei à Porta de Avis, passei por sob os altos arcos do Aqueduto, vim sair à estrada de Arraiolos. E, chegados a casa, Sofia apoderou-se de mim com uma raiva de desespero. Abruptamente, senti inchar-me nas mãos, nas veias, o seu corpo frágil e extraordinariamente vigoroso. Os ossos adoeceram-me de novo, uma milenária sede de conquista, de vitória cruel, estalava-me a boca, as narinas. A lua entrava por uma janela aberta…
Depois viemos para a rua ver a noite, a cidade, a planície obscura, atravessada longe por um pequeno comboio todo iluminado, coo por uma larva estranha. Deitámo-nos numa rocha, olhando os astros. Eu falava das estrelas…
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Os livros que ninguém quis dar a ler
Pedaços de mim - Eugénia Tabosa